Publicação: 20/06/2025.
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A professora Kennya de Lima Almeida, da Faculdade de Ciências Humanas do Sertão Central, acaba de publicar um artigo científico que mergulha na relação entre arte, juventude e liberdade de expressão no Recife dos anos 1990. Intitulado “Criação e Liberdade de Expressão: um bit das batidas do Recife”, o texto integra a pesquisa de doutorado que está sendo finalizada na Universidade do Minho, em Portugal.
No estudo, Kennya analisa o movimento Manguebeat como uma forma de resistência simbólica da juventude negra recifense frente à repressão policial e à marginalização nos meios de comunicação. O movimento, que teve como marco o manifesto “Caranguejos com Cérebro”, assinado por Fred 04 em 1992, propunha a construção de uma nova cena cultural a partir da fusão entre ritmos regionais e influências globais — como o rock, o hip hop e a música africana.
A pesquisa mostra como os artistas do Manguebeat desafiaram o mercado fonográfico tradicional ao apostar em uma produção coletiva, independente e politicamente engajada. “A proposta era criar livremente, sem censuras, e ocupar espaços urbanos com arte que falava diretamente da realidade vivida por jovens de periferias”, explica a professora.
O artigo utiliza como fontes reportagens da época, documentários, programas de TV e referências bibliográficas que ajudam a contextualizar o impacto do movimento não só na música, mas também na luta por direitos e representatividade.
Com essa publicação, Kennya reforça o papel da arte como instrumento de transformação social e posiciona a Faculdade de Ciências Humanas do Sertão Central no debate sobre cultura, identidade e liberdade de expressão no Brasil.